
Hoje em dia, assiste-se a um fenómeno paradoxal: ao mesmo tempo que o feio subiu definitivamente ao palco das preocupações dos artistas, como o retorno de um recalcado (já ninguém se preocupa em fazer arte bonita, a não ser os cabotinos), assiste-se a uma mediatização cada maior da beleza. O que se celebra, de um lado, exorciza-se do outro.
No fundo, o belo e o feio não passam de caretas (imaginárias) do real: em si mesmo, nem belo, nem feio. Mais do que o verso e o anverso da moeda, são os dois "lados aparentes" de uma superfície que tem, na realidade, um só lado.
Assim, tal como a modernidade soube encontrar beleza até nas coisas feias, há que descobrir fealdade nas coisas (aparentemente) belas. É um trabalho de civilização.
1 comentário:
Ótimo blog o seu! Tou lendo os posts anteriores.
Só um feedback.
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