7.10.11

i-Steve Jobs

Parece que um nome próprio nunca é suficientemente próprio para nos bastar. É preciso um complemento.

O complemento em questão pode ser uma coisa de nada, um nada que é tudo, algo irrisório mas que faz a diferença, como uma simples letra, por exemplo.

Entre muitas outras realizações (todas elas apreciáveis), Steve Jobs ficará para sempre conhecido como aquele que fez literalmente saltar uma letra do alfabeto: a letra "i" (de iPad, iPhone, iPod, iTunes e por aí além). Graças a ele, o "i", embora minúsculo, não será mais uma simples letra, uma letra comum do alfabeto, pois ele conseguiu elevá-la à dignidade de "nome próprio". Porventura, o seu nome mais próprio.

Os pais de Steve Jobs deram-no para adoção quando este era ainda bebé, alegando, ao que se diz, não ter condições para o criar. Do nome do pai biológico (Abdulfattah John Jandali) parece não ter restado grande coisa (Jobs foi dado pelos pais adotivos). Assim, ele teve de (se) inventar um nome:  

i -Steve Jobs!

3.10.11

La vida es sueño?

Nunca houve tanta "literatura" para adormecer (ou para fazer sonhar) quando a situação em que mergulhou o mundo nos últimos anos (numa contínua e persistente recessão) exigiria antes que se abrisse os olhos!

Os nomes de muitas revistas falam por si: Fugas, Escapadelas, Evasões...Tudo é bom para não pensar, para não reagir!

Desse ponto de vista, o pesadelo tem uma  importante função: desperta-nos!

Mas desperta-nos do sonho - como dizia Lacan, algures - para continuarmos a dormir.

Parece que já nenhum pesadelo é capaz de nos manter acordados por muito tempo!