21.6.08

La vie en close


Em Curitiba, descobri um poeta, Paulo Leminski, que definia assim o amor:

"Amar é um elo
entre o azul
e o amarelo"

Dizia Lacan, algures, que o amor é poesia.

A poesia é um dom da palavra.

Os animais copulam mas não amam. Não têm o dom da palavra. Não são poetas. Não sofrem de amor. Não fazem elo entre o azul e o amarelo.

Serão mais felizes?

7 comentários:

Anónimo disse...

olha a sorte que os animais têm em serem dautónicos!

Filipe Pereirinha disse...

Daltónicos ou não, com sorte ou azar, os animais obedecem, no seu comportamento, ao "instinto". Como nos seres humanos o instinto foi adulterado, somos obrigados a fazer "poesia", isto é, rima ou elo entre o azul e o amarelo. E, neste aspecto, todos são "poetas", ainda que o não saibam.

LM,paris disse...

Bonjour, je ne sais pas pour la vie close, poétiquement parlant je préfère l'émotion de la rose.
Close up!
Vim aqui parar por causa da atopie!
Le lieu sans lieu. Estou a trabalhar nesse concepto para um dossier de coreografia e artes plasticas, em Paris.
O seu blog tem coisas optimas com P...mas embora eu tenha estado num grupo " le Coût Freudien", e ter uma grande amiga Lacanienne, nao entendo muito...reflicto e surrealizo. Duchamp, ce cher Marcel, intelligent à souhait, il avait horreur du poil.
Quoi d'autre?
Oui, la relation entre le bleu et le jaune, je trouve cela un trop peu. ça se mélange certes, mais , mais...cela donne une autre couleur. Se dissoudre?
Se changer dans un autre( une autre)? Certes on est autre avec l'autre, mais trop de fusion et l'objet du désir perd ses contours et nous avec.
Bref, j'apprends.
Sollers? Mais non, pas Sollers Filipe, non!!!
Pas lui, d'accord?
Derrida, oui, Derrida, Deleuze et surtout, par dessus tout Yankelevitch., l'éternel jeune homme.
Adoro a palavra atopia!
abraço de paris.
LM

Fernando Borges de Moraes disse...

Felipe, prezado, fico feliz com sua ida a Curitiba e sua "descoberta" de Leminski. Ele era poeta e professor de lingüística da minha querida UFPR. Existe um vídeo no You Tube em que ele fala do "barato da linguagem", comparando-a a um entorpecente mesmo! Enfim, hoje estou fisicamente distante deles, mas conheci vários daqueles cujos desejos apontaram para um diálogo direito/psicanálise, notadamente o prof. Jacinto Coutinho. Um abraço e parabéns.

Anónimo disse...

No arco irís o elo entre o amarelo e o azul é o verde. Pelo menos é a cor que se encontra entre. Verde da inveja e/ou ciúme? Verde da esperança? Verde para seguir em frente? Verde para proteger o ambiente? Deixo-te com estas anotações interrogativas ;)
um abraço
Alexandra L.

Filipe Pereirinha disse...

O azul e o amarelo, no fundo, são apenas dois significantes, duas palavras. É o "amor da língua", como diria Jean Claude Milner, que faz elo entre estas duas palavras: o azul e o amarelo. A poesia é a respiração da língua. Num tempo em que a "linguagem" unívoca (da ciência e da tecnologia)pretende apagar a essencial "atopia" que faz respirar a língua, só os poetas, isto é,os artistas cuja matéria-prima é o significante, podem devolver-lhe a respiração. Paulo Leminski é apenas um nome, nem sequer o mais sonante, de uma série interminável de nomes que fizeram respirar a língua portuguesa. Lalangue portugaise, como diria LM.- Elle aime...la langue...?
Um abraço a todos aqueles que vão fazendo da "atopia" (le lieu sans lieu) o seu lugar, a sua casa...virtual.

LM,paris disse...

bonjour Filipe,
c'est " elle aime" et son incontournable atopie, a placelessplace.
Vou continuando o meu dossier sobre a atopia...adorei o texto sobre a cadeira à beira do vazio, jà dava um titulo.
colecciono titulos, invento, compro, aceito, troco...Kantor dizia assim:
" Un objet qui a perdu son utilité, son emploi quotidien est prêt à devenir une oeuvre d'art".
Cette chaise invoque soudain le corps absent, celui de tous les possibles.
um abraço de Paris.
LM