4.6.10

Vanitas

Em 1973, no Seminário Encore, o psicanalista Jacques Lacan escrevia o seguinte: "o discurso científico engendrou toda a espécie de instrumentos que é preciso (...) qualificar de gadgets. Vós sois de ora avante, infinitamente mais do que podereis pensá-lo, sujeitos de instrumentos que, do microscópio à rádio-televisão, se tornam elementos da vossa existência." (Lição de 13 de Março de 1973).

Passados que são mais de trinta anos sobre o dito de Lacan, na era da Internet, a "realidade" está aí para confirmar o poder...do discurso.

Capitalismo e ciência dão-se as mãos para (in)satisfazer o desejo e mergulhar o sujeito num banho de "objectos" descartáveis.

3 comentários:

Anónimo disse...

O que me preocupa, Filipe, não são os objetos descatáveis mais sim, a objetalização do homem, em tempos líquidos, em amores líquidos, em uma vida líquida.
Cláudia.

Filipe Pereirinha disse...

É o mesmo discurso que sustenta uma e outra coisa, ou não será?

Anónimo disse...

Para tornar um pouco mais "sólida" esta troca de ideias, eu diria que acaba por nos faltar, na verdade, "liquidez", neste mundo de crise... para alimentar a histeria e a substituição infinita de objectos descartáveis...Vanitas vantatem