11.4.06

Testemunhos


Há coisas - como uma psicanálise, por exemplo - que não são objecto de generalização, visto que não têm por "objecto" o que é igual para todos, antes o que é diferente e singular para cada "sujeito".

Contrariamente ao que crê uma certa retórica "cientista" e avaliativa, "ela não pode provar-se por melhorias mensuráveis; só pode experimentar-se por meio de um testemunho e transmitir-se através de um ensino que leve em conta o obstáculo que o sintoma opõe à teorização" (BADAL, C.-L.,"Sur le cognitivisme - le langage de l'homme sans qualité", L'anti livre noir de la psychanalyse. Paris: Seuil, 2006, p. 276).

Isto não significa que ela se oponha à ciência (que tem na objectividade a sua pedra de toque), antes que se propõe acolher e escutar o que a ciência exclui por definição: o sujeito.

É por estas e outras razões que a revista Règle du jeu (dirigida por Bernard-Henri Lévy) decidiu dedicar o seu número 30 (Janeiro de 2006), sob o título: psychanalyse: contre-attaque, a um enxame de testemunhos sobre a experiência psicanalítica ou a marca, diversa e singular, que o encontro com a psicanálise e/ou com um psicanalista gravou nos mais variados sujeitos.

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