Morreram, por estes dias, dois homens que marcaram gerações.
Um era poeta: Eugénio de Andrade; o outro, político: Álvaro Cunhal.
O primeiro cuidava de dizer-bem; o segundo, de fazer-bem.
Só que o primeiro fazia bem o que dizia; enquanto o segundo dizia mal o que fazia.
Um escolheu a poesia por ser boa política; o outro, ao escolher a política, fez má poesia.
Política é má poesia. Poesia é boa política.
Paradoxalmente, ao escolher a verdade, Álvaro acabou por mentir.
Ao escolher "mentir", Eugénio acabou por dizer a verdade.
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