15.6.05

O neto de Freud


Lucian Freud, Leigh sob a Clarabóia, 1994

Se a "forma" do corpo que tende a ser exibida e a triunfar no mundo contemporâneo é despida de toda a rugosidade, de toda a carnalidade, aqui, pelo contrário, é o "retorno do recalcado" da carne - parafraseando o avô Sigmund Freud - que faz aparição e é exibido.

É certo que Freud, o avô, não teria apreciado isto: ele que era fascinado por pintura "clássica".

Curiosamente, por caminhos aparentemente tão diversos, o neto e o avô acabam por encontrar-se. Ambos apontam para o "real" (da carne, da pulsão) contra o "imaginário" (do corpo, do "eu").

O "inconsciente" escreve direito por linhas tortas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Comento sem co-mentir: o seu blog merecia uma medalha!

Filipe Pereirinha disse...

Obrigado.A medalha que se pretende é a circulação da letra. Passar palavra.