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Ed Ruscha, Noise, 1963
Quando se "escuta" a obra de Jonh Cage 4'33, o que se "ouve" ao longo de quatro minutos e trinta e três segundos não é o "silêncio", mas o som, o ruído ou o barulho de tudo o que acontece à volta. Fazer silêncio durante um certo tempo é um convite a "escutar", de novo, o que é velho para os nossos sentidos.
Em psicanálise, também se faz silêncio. E o que é mais paradoxal é que esse silêncio pode ser o que fala mais alto, o que é mais ensurdecedor.
Fazer silêncio é o coração da fala, a que só o parlêtre (o ser falado e falante) tem acesso. Os "papagaios" podem falar, imitar a fala (até certo ponto, claro), mas não podem fazer silêncio.
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