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Hoje, a "globalização" começa a fazer sintoma, a causar mal-estar a vários níveis e em diversos domínios.
Mas o que é a "globalização" senão a realização do "sonho europeu"?
Como dizia há algum tempo atrás Peter Sloterdijk, "sem navegação e sem a capacidade extraordinária dos europeus de dominar o Atlântico, a globalização nunca teria acontecido" (Expresso, 24 de Março).
O sonho, quando "realizado", transforma-se em pesadelo (temos vários exemplos na história do século XX). Ainda assim, ele tem um valor: põe a nu o "real", o impossível, que o habitava.
É talvez por isso que Hölderlin implorava à Parca, num dos seus poemas, que "ao sonho não desse fim cedo de mais" (Cf. Poemas, Relógio D'Água, p. 149).
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