
Sacrificar uma coisa por outra, um bem por outro, faz parte integrante da própria lógica da escolha: o que quer que se escolha, há sempre algo que se perde, que se sacrifica.
O que acontece, porém, quando o sacrifício é vão ou há uma espécie de sacrifício pelo sacrifício? Quando este já não é um meio para atingir um fim, mas um fim em si mesmo, uma finalidade sem fim?
Após anos de sacrifício, para, supostamente, controlar o défice ou acertar as contas públicas - em particular desde que este governo tomou posse -, os portugueses começam a sentir que tudo foi em vão. Graças a uma conjuntura internacionalmente desfavorável, o produto do esforço, do sacrifício elevado até ao cume, resvala por aí abaixo, sem dó nem piedade.
O que prometem os novos políticos que se afiguram já no horizonte? Sacrifício, mais sacrifício. Seria bom que lessem, durante as férias, O Mito de Sísifo. O mito tem o poder de revelar a verdade, ainda que se trate de uma ficção.
1 comentário:
Parece-me um discurso perverso...
Enviar um comentário