Diz-se por aqui (não sei se também é assim no Brasil ou nos outros países que falam português) que há coisas que são "paus para toda a obra". Um pau para toda a obra é uma coisa que serve para tudo, onde cabe tudo, como um recipiente sem fundo ou um armazém que se vai alargando à medida que se enche. Um armazém elástico, por assim dizer, passe a imagem "fálica".
Há palavras que são paus para toda a obra, que servem para tudo ou quase. É o caso, por exemplo, da palavra crise. Volta e meia, ela entra de novo na dança e gira como fogo preso.
Pela quantidade e qualidade do que já se disse, dos livros e revistas que se venderam em seu nome, dos inúmeros artigos de opinião e debates televisivos consagrados ao tema, é fácil de ver que a CRISE não pára de dar frutos. É muito produtiva! Uma abundância! Há mesmo pessoas e instituições que entrariam em crise se a crise terminasse.
Mas a crise não vai terminar porque - como diz o último número da REVISTA LER (Janeiro 2001), ainda agora começou. Por isso, vai continuar a dar que PHALAR!
2 comentários:
vituraE se matássemos a crise? Mas depois não poderíamos ver a dita "a dançar e a girar", não ficaríamos tontos e ... seríamos obrigados a ver o que nos rodeia!
Aqui no Brasil também usamos o termo "pau pra toda obra". O significado é o mesmo dado por ti: que serve para muita coisa , aquele que é prestativo, que podemos contar com ele para tudo.
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