15.11.10

Desmedir a felicidade

Há cada vez mais políticos e economistas que advogam que deveria medir-se a "felicidade", tal como se mede, por exemplo, o PIB.

É uma ideia interessante. Na verdade, que importa que o PIB não cesse de crescer (ainda que este não seja o nosso caso, como é sabido) se a felicidade dos indivíduos não pára de murchar?

Contudo, a ideia de introduzir uma "medida" na felicidade (um conjunto de parâmetros susceptíveis de manipulação) não deixa de arrepiar. A felicidade tornar-se-á cada vez mais uma questão política e económica.

E, tal como já declaramos os nossos rendimentos, quem nos garante que não vamos ter de declarar, em breve, a nossa felicidade?

O imperativo da avaliação e da medida não conhece fronteiras. Que liberdade - que felicidade - restará então  ao sujeito na era da "loucura quantitativa"?

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