3.11.10

Darwinismo financeiro

Ocorre-me a seguinte imagem:

Alguém está caído no chão, com dificuldade de se levantar. Chegam transeuntes (ou não chegam, pois na era na internet não é preciso chegar para chegar) e, em vez de estenderem a mão à pessoa que está caída, começam a pontapeá-la com violência; a cada grito de dor ou de socorro, cresce a intensidade do pontapé.

Parece sádica, a cena; mas é apenas a ilustração - ainda que sádica - do que tem vindo a acontecer a alguns países na era do capitalismo de casino.

Os analistas - sujeitos supostos saber destas coisas - concordam em que alguns países estão a ser alvo de ataque por parte dos mercados internacionais, da especulação financeira porque são os mais débeis, os elos mais fracos da cadeia.

Darwin teve o cuidado de nos ensinar: só os mais fortes sobreviverão. Os que dão pontapés!

4 comentários:

Jorge Willian da Costa Lino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Willian da Costa Lino disse...

Como indivíduos os homens seriam mais fracos. Em sociedade tornaram-se mais fortes. A solidariedade social de nossa espécie é uma lição que estamos desaprendendo.

Alexandra disse...

Até que esses "recursos" também acabem...

Unknown disse...

A imagem está muito bem pensada. Contudo, Darwin, hoje, não teria razão. Já não são só os mais fortes que sobrevivem. Os mais fracos são ajudados a sobreviver graças aos avanços da medicina e outras coisas que tais. Não percamos a esperança. Esses seres, ou mercados, ou paises, ou ilhotas, hão-de sobreviver, diferentes mas vivos. E talvez isso resulte da oportunidade real de crescimento que qualquer crise oferece...