Esperava-se que após a Irlanda aceitar pedir ajuda financeira, os mercados acalmassem. Esta tem sido, aliás, a retórica dos políticos, da direita à esquerda: pede-se mais sacrifício e aperto, numa voragem sem fim, com vista à acalmia dos mercados.
Pois bem: os mercados não acalmam, ficando pelo contrário mais enfurecidos, como se em vez de água lhe tivessem dado a beber gasolina.
O mercado tornou-se uma espécie de deus num mundo sem Deus. Um sujeito-suposto-saber?
Dizia Lacan, algures, torcendo um pouco uma conhecida frase, que "não há fumo sem fumador". Diríamos nós: não há mercado sem mercador (entenda-se, especulador).
Se os mercados não acalmam, exigindo sempre mais ainda, não seria altura de os começar a irritar em vez de procurar acalmá-los?
O mercado tornou-se - como diria Giorgio Agamben - num "improfanável! Como se já ninguém ousasse tocar-lhe...com receio de ficar manchado ou, então, de sofrer as suas represálias. Pois o mercado é bom e todos nós somos...pecadores. Ajoelhemos, pois!
2 comentários:
E se lhes atirássemos com uma bomba da GALP?
Também pode ser da REPSOL atendendo aos nossos irmãos.
De uma coisa tenho a certeza: está na hora de colocar um ponto final nestes especuladores e afins.
Oremos!
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