Enquanto Michel Onfray ataca a psicanálise "freudiana" como se esta fosse uma religião travestida de ciência, a "verdadeira" religião - católica, apostólica, romana - propõe-se atacar o problema que a tem afligido ultimamente: a pedofilia.
Ao mesmo tempo, aproveita para reafirmar as suas convicções mais atávicas e pôr em dia o seu catálogo de "pecados". E pecado "grave" não é somente a pedofilia - não é sobretudo a pedofilia - mas a ordenação das mulheres.
Nada de novo, portanto, debaixo do sol, como diria o Eclesiastes. Já era previsível. Afinal, ele sabe, como intelectual que é - falo naturalmente de Bento XVI - que é o cimento unissexual que tem servido para ligar entre si, para cimentar, os tijolos da instituição. É a exclusão do "outro" sexo (que não o masculino) o que tem assegurado o fortalecimento dos laços entre os "irmãos", unidos pelo mesmo "ideal".
Ele sabe que no dia em que as mulheres forem abertamente admitidas, em pé de igualdade, mas com a sua diferença no seio da igreja, esta "comunidade de irmãos" ficará seriamente em risco e surgirá, sem dúvida, algo de "imprevisível" no seio da igreja.
Mas não é essa, precisamente, a beleza da coisa: a sua imprevisibilidade?
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