29.7.07
O grande silêncio
O silêncio não é simplesmente o contrário da fala. Uma prova disso é o filme O grande silêncio (Die Grosse Stille) que só agora tive oportunidade de ver.
É um documentário, bastante premiado e visto, sobre os monges da Grande Cartuxa. Eles passam a maior parte do tempo em silêncio, apenas quebrado pelos seus cantos esporádicos e uma ou outra conversa durante alguns passeios ao ar livre e em determinadas solenidades.
A princípio, custa um pouco a entrar naquele mundo. Depois embrenhamo-nos nele. Dei comigo a rir de uma piada que um dos monges conta, a certa altura, em que se discute o ritual (obsessivo?) de lavar as mãos. "o problema não é eu ter de lavar as mãos; o problema é que eu me esqueço sempre de sujá-las antes".
O que se trata ali é de fazer silêncio, de calar toda a fala vazia da linguagem mundana, para que fale, por meio desse silêncio, a plenitude do próprio Deus.
Também noutros contextos, salvaguardando as devidas diferenças, é assim: alguém tem de fazer silêncio para que irrompa a plenitude de uma fala.
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