Devo a Afreudite (Miguel Mota) o achado que é esta definição: "Poesia é rimar contra a maré". E tudo isto graças à simples modificação de uma letra. É uma espécie de ready-made à Marcel Duchamp em que bastou descontextualizar e renomear objectos já existentes para que todo o sentidos das coisas (e da arte) se modificasse.
Devo a Bartleby (Melville) uma frase que, mesmo se não rima, não deixa de remar contra a maré do pensamento positivo, do sim a qualquer preço: "Eu preferia não" (I would prefer not to). É uma espécie de "objecção de consciência", quando esta já não está na moda; um grito de liberdade, quando esta parece não ser o politicamente correcto.
Sirvamo-nos da rima como um remo e talvez seja possível (ainda) alguma liberdade na era do "homem sem qualidades"!
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