Num tempo em que a palavra tinha a palavra, a velha sofistica - praticada pelos antigos sofistas da Grécia, nem de propósito - era baseada na "eloquência", na arte de bem dizer.
Num tempo em que a palavra já não tem a palavra, nem cotação na bolsa de valores, qual é a base da nova sofística?
A nova sofistica baseia-se no cálculo, no número, tal como a velha se baseava no logos, na arte da palavra.
Espero que o novo ministro da Educação, que tanto critica o "eduquês" (como fala vazia) não se esqueça de que há também, e cada vez mais, o "calculês": a nova retórica da era da ciência e do capitalismo.
Qual dos dois (o eduquês ou o calculês) podem ter efeitos mais "perversos"?
Nota de rodapé: Houve uma agência de rating que, ainda recentemente, fez os SEUS cálculos e chegou à bela conclusão de que Portugal era lixo. De facto, a sardinha não tem estado muito boa, este ano, mas não era razão para tanto! Aliás, desconheço se a classificação de "lixo", que já chegou à Madeira e aos Açores, também chegou à sardinha...
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