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Este não é sequer, de longe, o melhor ou o mais emblemático livro do autor. É apenas um conjunto disperso de textos com temas algo heteróclitos: Genius; Magia e felicidade; O dia do Juízo Final; Os ajudantes; Paródia; Desejar; O ser especial; O autor como gesto; Elogio da Profanação; Os seis minutos mais belos da história do cinema.
O que encanta nos pequenos livros, como este, é que eles não procuram elaborar qualquer filosofia, sistema, linha de pensamento coerente, mas antes traçar pontos de fuga, atalhos que nos levam por caminhos pouco usuais.
"Profanar", como explica o autor num dos textos (Elogio da profanação, p. 103-133), consiste em restituir aos homens o livre uso das coisas. Daí que o termo se oponha à palavra "consagrar" (sacrare), uma vez que esta designa a retirada das coisas da esfera do direito humano para as entregar aos deuses.
É com uma certa "magia"que se lêem estes textos. E não há, como mostra o autor num deles (pp. 25-30), felicidade sem magia.
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