Manuel Pinho limitou-se a dizer em voz alta o que uns preferem calar, outros falar baixinho e alguns nem sequer saber... que sabem. No fundo, o problema de Pinho é ser demasiado sincero e honesto. Chega até a ser cómico pela "ingenuidade" (política) que demonstra.
Faz lembrar aquele dito espirituoso que Freud conta no livro dedicado ao tema: alguém que critica o amigo por dizer que vai a tal sítio para que ele pense que está a mentir quando diz a verdade.
No fundo, ao dizer o que disse, o que pretendia Manuel Pinho é que os chineses o ouvissem como verdade enquanto esperava que os portugueses o escutassem como mentira; o problema é que os portugueses o escutaram como verdade (percebendo a denegação do ministro) e não é certo que os chineses não o oiçam como uma mentira.
Os portugueses ouviram o ministro "dizer a verdade a mentir".
Seria bom, para o ministro, que os chineses não concluíssem: "com a verdade me enganas". Mas é bem provável...
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