7.3.06
Alfinetadas
A capa faz lembrar os velhos tempos em que as paredes serviam de suporte a escritos rebeldes e panfletários. E por que não dizer - sem medo da "traição" das palavras - que há algo de assumidamente "rebelde" em cada uma das "alfinetadas" (coups d'épingle) que constituem este Anti-livro negro da psicanálise!
Não se trata aqui de um estilo "defensivo" (como se a psicanálise estivesse ameaçada na sua produtividade ou fulgor criativo), mas antes um Contra-ataque (segundo o título que a revista La Règle du Jeu deu ao seu número de Janeiro último). Não um "contra-ataque" directo, imaginário, ao "Livro negro" - segundo o que o título pode sugerir - ou mesmo a este ou àquele autor, a este ou aquele relatório, a esta ou aquela medida, mas aos "fundamentos" (epistemológicos, clínicos, políticos e éticos) que estão na base dos recentes "ataques" à psicanálise.
Um a um, com ironia e humor, são desmontados os vários argumentos que sustentam a superioridade performativa de certas "práticas", designadamente as terapias cognitivo-comportamentais, relativamente à psicanálise.
E sobretudo, fica-se com a sensação, depois de ler os diversos artigos, que não está em causa simplesmente a oposição entre dois tipos de práticas "terapêuticas", mas, acima de tudo, de dois "conceitos" incompatíveis do ser humano.
A escolha é de cada um enquanto o mal (não) é de todos!
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