Supõe-se que uma resposta vem depois da pergunta, mas nada é menos evidente.
Acontece por vezes que só mais tarde, a posteriori, conseguimos formular uma pergunta para uma resposta que já foi "real-mente" dada.
Ela chegou orfã, sem uma imagem que a enquadre, uma palavra que a nomeie, uma expectativa que a acolha. Irrompeu, sem nome, inesperadamente.
Só depois conseguimos balbuciar timidamente a pergunta: o que foi isto? como foi possível ter acontecido? Será que podemos ainda pensar, como Hegel, que todo o real é racional?
Eis algumas das perguntas que eu próprio coloquei ao ver arder, na periferia de Paris e de outras cidades francesas, o fogo do ódio.
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