Jacques Rancière, em entrevista conduzida por António Guerreiro (Revista "Actual", Expresso, 11 de Dezembro), estabelecia uma diferença, crucial, entre a "polícia" e a "política".
No discurso "policial" sobre a crise, a "política" demite-se. A ideia é que não há alternativa e, como tal, devemos seguir a via, única, do "consenso", do "politicamente correcto".
Se a política, mais do que a legitimação ou o exercício "natural" do poder, é uma abertura de "possíveis", tal significa que não tem havido lugar para a política no(s) discurso(s) sobre a crise; apenas a via - inescapável - do pensamento, da solução única: "o economicamente correcto".
Quantos passos vão da "solução única" à "solução final"?
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