Todos os Natais sou invadido por uma certa nostalgia de um tempo - mítico, talvez - em que o desejo de dar ainda não era inteiramente sufocado pelo ter que dar (isto é, comprar) algo para os entes queridos, amigos e conhecidos.
Era um tempo - mítico, talvez - em que ninguém tinha quase nada para dar e toda a gente dava, por isso, até o que não tinha.
A carência (ao nível da necessidade) não mata forçosamente o desejo de dar, podendo até reforçá-lo.
Dar o que não se tem - como dizia Lacan - é amor.
Outros dirão: É Natal.
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