15.6.06
O poder da bola
Anda toda a gente doida com a bola. Durante aproximadamente um mês, se as coisas não derem para o torto mais cedo, quase ninguém pensa em mais nada. Parafraseando o poeta, não há machado que corte a raiz ao pensamento...da bola.
Até os políticos - da direita à esquerda, passando pelo centro - andam loucos com a bola. Na verdade, a bola está do seu lado. É a bola do poder. E eles sabem disso.
A prová-lo está um documentário que eu tive oportunidade de ver, há algum tempo atrás, num canal televisivo sobre a forma como o poder da "outra senhora" (curiosa forma de falar de um homem!) aproveitava os grandes desafios de futebol para celebrar o regime. Mudaram-se os tempos, mas permaneceu uma assutadora semelhança nos modos de proceder.
A bola tem o poder - num país em que nada acontece, nada se inscreve - de desviar, entreter ou ocupar o pensamento e anestesiar-nos o ser. É uma espécie de "naco de gozo" - e uma bola não é mais do que isso - que resta a quem não resta grande alegria no presente e esperança no futuro.
Passado um mês - ou até menos, se perdermos - tudo continuará igual: triste e cinzento. Não um Outro Portugal (segundo o nome que deu título a um seminário que José Martinho tem vindo a animar, durante todo este ano lectivo, no Centro de Estudos de Psicanálise, Universidade Lusófona), mas o mesmo de sempre.
A não ser que o poder da bola faça algum milagre!
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1 comentário:
É pena que o país não seja capaz de se unir para lutar por outras causas. A da educação é uma urgência.
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