22.4.06
As caixinhas em que nos metem
Talvez fosse melhor dizer: as caixinhas em que nos metemos ou deixamos meter. É que há nisto também, sem dúvida, uma responsabilidade nossa.
Serve isto de introdução para algo que vou contar. Um dia destes, uma colega minha pediu-me para preencher um questionário sobre a "maneira de ser" e a estratégia de lidar com o mal-estar no trabalho". Era para o filho, disse, que estava a realizar um trabalho para a cadeira x na universidade y.
A instrução dizia: responda de forma rápida, honesta e espontânea. De forma rápida e espontânea, vá que não vá; agora, ao mesmo tempo, de forma rápida, espontânea e, ainda por cima, honesta é obra!
O que é preciso é fazer sem pensar!
Por exemplo: pensar que, no fim de contas, depois de sermos metidos em caixinhas previamente definidas ficamos todos iguais, uniformizados, catalogados e bem arrumados, segundo etiquetas pré-definidas, perdendo, desse modo, o que nos singulariza e torna "objecção" a toda a ditadura do universal.
Um ser vivo, humano, dissonante em permanência, não cabe em "cinco possibilidades" (ou até que fossem mais...), sejam elas quais forem, por mais (pseudo) científicas que pareçam.
Só os mortos se podem "arrumar" e "catalogar" definitivamente.
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