Num livro recente (O Grande Desígnio, Gradiva, 2011), Sthephen Hawking (em colaboração com Leornard Mlodinow) afirma que a filosofia morreu.
A ideia não é nova. O conhecido físico limita-se a repetir algo que já afirmara em Breve História do Tempo. O argumento é simples: uma vez que a filosofia deixou de acompanhar os modernos desenvolvimentos da ciência (em particular ao nível da micro e da macro-física), ela está morta, pelo menos na sua velha aspiração ao conhecimento. Desde Wittgenstein - afirmara Hawking em Breve História do Tempo - que a única tarefa que cabe à filosofia é a análise da linguagem.
Poderia construir-se toda uma argumentação para mostrar que a filosofia - tantas vezes dada como morta, está viva e ressurge muitas vezes de onde menos se espera; mas a questão para mim é outra: não haverá na busca de uma "teoria de tudo" , como hoje se diz (a tentativa de reduzir tudo - todo o real - à teoria?) um resto de aspiração filosófica, de "metafísica" no coração da ciência?
É um velho sonho hegeliano: que todo o real é (pode ser) racional(izável). E se, ao invés, tudo emergisse de imperfeições, de assimetrias primordiais, de cataclismos e de erros, como perguntava recentemente Marcelo Gleiser (Criação Imperfeita, Círculo de Leitores, 2011)?
E se o real fosse impossível de conhecer ou matema-tizar por completo? Se houvesse um grão de real
que a mó da teoria não conseguisse moer?
A ideia não é nova. O conhecido físico limita-se a repetir algo que já afirmara em Breve História do Tempo. O argumento é simples: uma vez que a filosofia deixou de acompanhar os modernos desenvolvimentos da ciência (em particular ao nível da micro e da macro-física), ela está morta, pelo menos na sua velha aspiração ao conhecimento. Desde Wittgenstein - afirmara Hawking em Breve História do Tempo - que a única tarefa que cabe à filosofia é a análise da linguagem.
Poderia construir-se toda uma argumentação para mostrar que a filosofia - tantas vezes dada como morta, está viva e ressurge muitas vezes de onde menos se espera; mas a questão para mim é outra: não haverá na busca de uma "teoria de tudo" , como hoje se diz (a tentativa de reduzir tudo - todo o real - à teoria?) um resto de aspiração filosófica, de "metafísica" no coração da ciência?
É um velho sonho hegeliano: que todo o real é (pode ser) racional(izável). E se, ao invés, tudo emergisse de imperfeições, de assimetrias primordiais, de cataclismos e de erros, como perguntava recentemente Marcelo Gleiser (Criação Imperfeita, Círculo de Leitores, 2011)?
E se o real fosse impossível de conhecer ou matema-tizar por completo? Se houvesse um grão de real
que a mó da teoria não conseguisse moer?