O conhecido e polémico José Mourinho, treinador do Real Madrid, citou Albert Einstein para justificar aquilo que o move e que parece constituir o fórmula do sucesso: a vontade. Citar Einstein como alguém da família (o tio Alberto) diz muito sobre aquele que o cita.
«O tio Alberto disse ‘há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a electricidade e a energia atómica: a vontade.’ E o tio Alberto não era estúpido».
No final do jogo, após a derrota, por dois zero, com o Barcelona, José Mourinho responsabilizou o árbitro pelo sucedido, revelando o seu habitual "mau feito". A sua "má" vontade?
Talvez o desejo de ganhar do Barcelona fosse mais forte que a vontade de vencer do Real Madrid. Ou talvez a vontade que anima o Barcelona tenha sido mais eficaz dentro do campo. Ou talvez...
Assistimos ontem ao triunfo ou à derrota da vontade?
28.4.11
14.4.11
Crise de abundância
São três. Em tempo de crise, de penúria, é muito. É uma abundância. Sobretudo porque alguns (todos eles?) são vários, uma multidão.
Quem melhor do que Nietzsche, Pessoa e Freud para diagnosticar o mal da época?
No dia 3 (Faculdade de Letras), 4 (Faculdade de Ciência Sociais e Humanas) e 5 (Fundação Calouste Gulbenkian).
Para qualquer informação sobre o Colóquio Internacional Nietzsche, Pessoa e Freud, aceder ao Blog respectivo.
Quem melhor do que Nietzsche, Pessoa e Freud para diagnosticar o mal da época?
No dia 3 (Faculdade de Letras), 4 (Faculdade de Ciência Sociais e Humanas) e 5 (Fundação Calouste Gulbenkian).
Para qualquer informação sobre o Colóquio Internacional Nietzsche, Pessoa e Freud, aceder ao Blog respectivo.
2.4.11
Quem avalia os avaliadores?
Numa altura em que as empresas de rating (des)classificam a dívida da República Portuguesa para bem perto do "lixo" (é caso para dizer: do império ao lixo), tal como já acontecera com a dívida da Grécia e da Irlanda, e vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, com outras dívidas soberanas, vem-me à memória uma frase de José Gil: quem avalia os avaliadores?
Li hoje num jornal que, perante a ameaça por parte da Comissão Europeia de responsabilizar juridicamente as empresas de notação financeira pelos erros de avaliação, estas responderam à letra, ameaçando deixar de avaliar os países periféricos, colocando dessa forma a sua dívida pública fora das rotas do investimento. Dente por dente, olho por olho. Ou melhor: se ameaças tirar-me um dente, eu ameaço tirar-te os dois olhos.
Os avaliadores não querem ser avaliados, pagar um preço pelos seus erros; não seria já tempo de começar a avaliar os avaliadores, angustiando-os da mesma forma que eles angustiam um número cada vez maior de pessoas nesta velha (e sonolenta) Europa?
Se não há forma de destronar a "retórica da avaliação" que varre o continente (é preciso avaliar isto e aquilo; no limite, tudo), ao menos que não fique nada de fora, nem sequer - e sobretudo - os sujeitos-supostos-saber-avaliar-os-outros.
Por outro lado, não deixa de ser interessante (e ter um certo efeito de verdade) que sejamos classificados perto do "lixo". Pois não é isso, afinal, o que temos andado a pregar quotidianamente com a homilia da "produtividade"? O que mais se produz por aqui - e em todo o lado onde reina o capitalismo - não é essencialmente lixo? Lixo e mais lixo. Daí que um dos grandes temas do nosso tempo seja: o que fazer com o lixo que não cessamos de produzir?
Mas quem avalia os avaliadores?
Li hoje num jornal que, perante a ameaça por parte da Comissão Europeia de responsabilizar juridicamente as empresas de notação financeira pelos erros de avaliação, estas responderam à letra, ameaçando deixar de avaliar os países periféricos, colocando dessa forma a sua dívida pública fora das rotas do investimento. Dente por dente, olho por olho. Ou melhor: se ameaças tirar-me um dente, eu ameaço tirar-te os dois olhos.
Os avaliadores não querem ser avaliados, pagar um preço pelos seus erros; não seria já tempo de começar a avaliar os avaliadores, angustiando-os da mesma forma que eles angustiam um número cada vez maior de pessoas nesta velha (e sonolenta) Europa?
Se não há forma de destronar a "retórica da avaliação" que varre o continente (é preciso avaliar isto e aquilo; no limite, tudo), ao menos que não fique nada de fora, nem sequer - e sobretudo - os sujeitos-supostos-saber-avaliar-os-outros.
Por outro lado, não deixa de ser interessante (e ter um certo efeito de verdade) que sejamos classificados perto do "lixo". Pois não é isso, afinal, o que temos andado a pregar quotidianamente com a homilia da "produtividade"? O que mais se produz por aqui - e em todo o lado onde reina o capitalismo - não é essencialmente lixo? Lixo e mais lixo. Daí que um dos grandes temas do nosso tempo seja: o que fazer com o lixo que não cessamos de produzir?
Mas quem avalia os avaliadores?
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