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A "lei do mercado" revela aqui a sua face real: sem lei. O mercado não tem lei, a não ser aquela que lhe impõem os especuladores. Uma lei insensata, selvagem, que parece não ter limites. Estamos aqui em pleno reino do "simulacro" (Baudrillard) ou do "semblant" (Lacan).
O paradoxo é que este reino do "simulacro", de especulação generalizada em que vivemos desde há alguns anos, tem consequências bem reais. Em vez de se opor ao real, é ele mesmo que o produz. Todos os dias lhe sentimos os efeitos...
O que fazemos nós, perante isso? Andamos preocupados com a questão de saber se o primeiro ministro fumou ou não fumou numa viagem que fez a Caracas e sentimo-nos confortados quando ele pede desculpa pelo facto.
Pequenas vitórias, imaginárias, de quem perdeu a capacidade de agir no real?
Fumo...